“Nós da Terra – Pautas Sociais e Ambientais em Biologia” foi o tema do XXXIV Ciclo de Atualizações em Biologia, promovido pelo Centro Acadêmico de Estudos Biológicos (CAEB) da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O evento aconteceu entre os dias 2 e 6 de setembro (coincidindo com a primeira semana de aulas do atual semestre), no prédio central do Setor de Ciências Biológicas.
Com um teor interseccional, as discussões atravessaram causas socioambientais e a valorização dos saberes tradicionais, como ocorreu durante a fala da professora indÃgena Kixirrá Jamamadi, a mesa redonda que debateu a gestão de resÃduos de Curitiba e a palestra da bióloga Márcia C. M. Marques sobre o papel do ecofeminismo no equilÃbrio do planeta.
“Foi muito bom poder contar com representantes indÃgenas, que trouxeram conhecimentos tradicionais fazendo a crÃtica aos modelos produtivos vigentes. Também demos visibilidade aos membros da ocupação Tiradentes, que vivem perto de um aterro sanitário e têm lutado por uma gestão de resÃduos menos danosa à comunidade”, diz Pedro Vinicius Macedo, atual presidente do CAEB pela chapa Restauração.
A emergência climática foi um dos assuntos mais mencionados durante as discussões, sempre integrando desafios naturais e sociais como faces de uma mesma moeda. A saúde também ganhou destaque. A médica Amanda Medeiros, representante da Marcha da Maconha em Curitiba, abordou as propriedades medicinais da Cannabis sativa, a história da planta e sua regulamentação no Brasil.
Já as biólogas Raquel Cristina Marra e Juliana Cequinel abordaram a atuação do biólogo na Saúde Pública auxiliando no controle de zoonoses. Outro tópico relacionado à saúde foram as doenças tropicais negligenciadas, discutidas pela professora Teresa Cristina Cesar Ogliari. Por atingirem regiões pobres, elas são frequentemente ignoradas em polÃticas de saúde globais, perpetuando ciclos de vulnerabilidade.
O evento teve 27 palestras, cinco mesas redondas, duas visitas técnicas, dois minicursos e 214 inscritos. “Foi nossa 2ª maior semana acadêmica em números totais, e a maior em número de presentes”, diz Macedo. “Atendemos as expectativas de trazer as pautas sociais em função das ambientais, pois a preservação do meio ambiente é necessária em diversas instâncias”, finaliza.
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(Por LÃvia Inácio, Aspec BL)