Na última semana, as professoras Flávia Santana Rios e Lucélia Donatti, do Setor de Ciências Biológicas, participaram de um dos maiores encontros cientÃficos do mundo sobre a Antártica. Realizado a cada dois anos e sediado desta vez em Pucón, no Chile, entre os dias 19 e 23 de agosto, o SCAR – Open Science Conference & Biennial Meetings destaca questões relacionadas ao continente e seu papel na biodiversidade global.
Rios, do Mestrado Profissional em Ensino de Biologia em Rede Nacional (ProfBio), apresentou três pôsteres. Em um deles, compartilhou sua experiência promovendo oficinas sobre a Antártica para alunos e professores da Rede Municipal de Curitiba. Em outro, apresentou uma coleção de livros infantis sobre o continente. O terceiro trabalho analisou os resultados de um projeto de comunicação cientÃfica no Facebook e no Instagram denominado “Eu protejo a Antártica, e você?”.
Foi a primeira vez em 11 edições que o SCAR teve uma sessão sobre educação. A docente argumenta que aberturas assim são indispensáveis para a preservação do planeta. “Por volta de 70% da água doce do globo estão concentrados nas geleiras da Antártica e o continente recebe pesquisadores do mundo todo, sendo inteiramente dedicado à paz e à ciência. Não por acaso, temos um acordo internacional desde os anos 1950 no intuito de preservá-lo, e, para que as futuras gerações se prontifiquem a mantê-lo, precisamos fortalecer a educação e reforçar o debate sobre esse tema”, explica a pesquisadora.
Donatti apresentou dois pôsteres sobre o impacto do aquecimento global na fisiologia dos peixes e gastrópodes da região. Os estudos resultam de pesquisas realizadas pelo Laboratório de Biologia Adaptativa, vinculado aos programas de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação e em Biologia Celular e Molecular da UFPR.
“Sabemos que o aquecimento global tem levado ao derretimento das geleiras da Antártica, mas pouco se sabe sobre o efeito do calor no organismo dos peixes e gastrópodes. Nossos estudos se concentram na verificação de possÃveis impactos”, explica a especialista, que pesquisa o tema há 20 anos e já fez várias expedições à região.
A edição de 2026 está prevista para ocorrer em Oslo, na Noruega.