Professor Olaf Mielke tem mais de cinco décadas dedicadas ao estudo de borboletas e mariposas. (Foto: Marcos Solivan)
Nascido em 12 de junho de 1941, na cidade de Bonn, Alemanha, Olaf Mielke é um dos principais especialistas brasileiros em lepidópteros, grupo que engloba borboletas e mariposas. Professor do Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) há mais de 50 anos, chegou à instituição a convite do também renomado padre Jesus Santiago Moure (1912-2010) e tem 507 publicações no currÃculo, além da descrição de 318 espécies, 32 gêneros e 3 tribos de insetos. Não por acaso, acaba de receber o tÃtulo de professor emérito da UFPR (Universidade Federal do Paraná).
O professor chegou ao Brasil logo após a Segunda Guerra Mundial, acompanhando o pai, que era taxidermista e veio trabalhar no Museu Nacional do Rio de Janeiro. A paixão pelas borboletas nasceu ainda na infância, enquanto acompanhava o pai em coletas de insetos. Na adolescência, estagiou no Museu Nacional pesquisando borboletas e mariposas e, aos 25 anos, assumiu um cargo técnico na UFPR, deixando no antigo emprego um acervo de aproximadamente 180 mil lepidópteros.
Na UFPR, ajudou a consolidar uma das maiores coleções entomológicas do paÃs, com mais de 350 mil exemplares. Seu trabalho de campo o levou a percorrer todos os estados brasileiros e grande parte da América Latina. Apesar da longa trajetória, Mielke segue entusiasmado com seu trabalho e apenas lamenta a falta de investimento na pesquisa básica no Brasil. “Nosso curso de pós-graduação forma cerca de 20 doutores por ano, mas poucos conseguem se colocar no mercado”, diz. Ele acredita que, além de mais recursos, é necessário um esforço institucional para integrar esses profissionais à s universidades e centros de pesquisa.
O emérito também critica a burocracia crescente que impacta a ciência. Mesmo em meio a desafios, Mielke continua trabalhando diariamente no departamento, sempre rodeado pelas borboletas que tanto ama. “Eu me divirto. Tenho respaldo dos meus colegas e é isso que importa”, finaliza.