Nesta quarta-feira (14), a técnica-administrativa Marilza Doroti Lamour receberá, de forma póstuma, o título de emérita da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Com quase 40 anos de dedicação à instituição, a servidora integra a história do Setor de Ciências Biológicas, e a honraria foi aprovada por unanimidade pela Universidade.
Filha de Olivio e Paulina Lamour, condutor de bonde e dona de casa paranaenses, Marilza nasceu em Curitiba, em 17 de maio de 1948. Em 1986, ingressou na UFPR como servidora técnica-administrativa, após ser aprovada em um concurso que quase não prestou, por achar que não estava preparada. A conquista do cargo público foi um passo decisivo, que mudaria não só a trajetória dela, mas também a de toda a sua família.
Assumiu seu primeiro emprego na reitoria, mas foi no Setor de Ciências Biológicas, mais especificamente no Departamento de Bioquímica, onde encontrou seu lugar. Por quase quatro décadas, coordenava, organizava, planejava, emitia documentos, atendia alunos, professores e se lembrava do nome de cada estudante. “A minúcia com que cuidava de suas tarefas era admirada por todos”, diz o professor Emanuel Maltempi, do Departamento de Bioquímica.
Mesmo depois de se aposentar, Marilza seguiu colaborando com o projeto de pesquisa do professor Fábio Pedrosa, voltado à fixação de nitrogênio. Foi homenageada no evento de 85 anos do curso de Ciências Biológicas da UFPR e é uma das primeiras técnicas eméritas da Instituição.
Fora da universidade, Marilza também vivia com intensidade. Apaixonada por viagens, conheceu boa parte do Brasil e do mundo ao lado da irmã. Gostava de filmes românticos ambientados em paisagens paradisíacas e fazia da elegância sua marca registrada – estava sempre impecável, com muito estilo.
Teve dois filhos: o professor Juliano Lamour Dias Pinheiro, 46, e o diretor de arte Raphael Lamour Dias Pinheiro, 43, que cresceram testemunhando o quanto a mãe amava seu trabalho. “Tenho várias lembranças de visitar a Reitoria e o Centro Politécnico, acompanhando a época mais feliz da vida dela, que foi na Universidade”, diz Raphael. Juliano lembra da admiração que ela conquistou: “Passei muitas horas no Departamento de Bioquímica e vi como todos gostavam dela”.
Marilza faleceu em agosto de 2024, mas deixou um legado na UFPR. “O título de emérita faz jus a toda a história que construiu aqui”, finaliza Emanuel.
Por ASPEC, em 12/05/2025