Para qualquer pesquisador, a saÃda para campo é a maneira de observar e comprovar os fatos na realidade. Além disso, também serve para a coleta de novos dados e até mesmo de novos materiais. Na área de biologia, a pesquisa de campo é uma obrigatoriedade, pois a fundamentação teórica é comprovada e solidificada através dela.
Com tanta diversidade de estudo dentro das Ciências Biológicas, qualquer lugar pode se tornar área de estudo ou coleta. No primeiro semestre, alunos do Programa de Pós-Graduação em Botânica desceram a Serra Do Mar com o objetivo de coletar plantas e verificar as adaptações que elas possuem em diferentes ambientes, como parte da disciplina de Morfologia Funcional.
A pesquisa iniciou pela Serra da Graciosa, os alunos verificaram espécies terrestres e aéreas, assim como coletas para depois processar e analisar em laboratório. Algumas foram escolhidas para se tornarem exsicatas (amostra de planta prensada e seca depositada no Herbário). No cotidiano nem nos damos conta do que temos ao nosso redor. Muitas vezes classificamos como mato o que na verdade é remédio, falamos que é flor, mas na verdade é fruto. Nosso litoral preserva diferentes espécies de vegetais, com um simples passeio pode-se identificar uma diversidade imensa de trepadeiras, suculentas, musgos, bromélias, arbustivas, entre outras.
O estudo de campo terminou na praia de Pontal do Sul, em frente ao Centro de Estudos do Mar (CEM). A região da restinga é repleta de pimenta-rosa e erva-baleeira, cujo aroma lembra tempero pronto, porém possui propriedades medicinais como cicatrizante e anti-inflamatória, já muito conhecidas pelos caiçaras.
Atuar diretamente na natureza é essencial para os cientistas monitorarem adequadamente as transformações ambientais, descobrir novas espécies e assim produzir novos medicamentos, novos estudos que colaborem para a sociedade.
Texto e fotos: Louiselene Meneses – ASPEC