O Centro de Microscopia Eletrônica (CME) completa 50 anos de fundação em 2018. É um dos mais abrangentes laboratórios de apoio à pesquisa cientÃfica em funcionamento da UFPR. Hoje, de acordo com sua Direção, o CME está entre os dez melhores centros de microscopia eletrônica do paÃs.
Desde sua fundação, o caráter multiusuário do laboratório é destaque, com o envolvimento da antiga Escola de Engenharia, hoje Setor de Tecnologia, que cedeu o atual espaço ocupado pelo CME. Pesquisadores dos Setores de Tecnologia, Ciências Exatas, Ciências Biológicas, da Terra, Agrárias, Saúde, Litoral e Palotina são usuários do Centro, além dos externos à UFPR.
Atualmente trabalham no CME cinco servidores para atender a demanda destes usuários e a manutenção dos equipamentos. Na última década, vários investimentos foram realizados de forma a modernizar a estrutura do CME. Em 2010, por exemplo, foram adquiridos os microscópios de bancada, que aliviaram a demanda de alunos das diversas áreas da UFPR. Este equipamento permite a magnificação de até 24.000 vezes, o que é aceitável para grande parte das pesquisas que necessitam observar aspectos morfológicos acima do que é possÃvel de se observar com um microscópio óptico.
Outro destaque é o equipamento que usa a técnica da catodoluminescência, que emite luz a partir da incidência do feixe de elétrons, permitindo análises de materiais como rochas, semicondutores e células com marcadores. Esta técnica é capaz de realizar imagens pancromáticas, imagens monocromáticas e espectros com temperatura controlada na faixa de -180 a +110 oC e não encontra similar na América Latina.
Em 2013, o Centro recebeu um avançado microscópio de varredura. Ele contém um estágio motorizado, que move mecanicamente a amostra e através de um programa especializado permite realizar análises metrológicas, ou seja, extrai as informações nos três eixos (X, Y e Z). Permitindo análises de texturas, volumes, alturas, depressões e rugosidades.
O Microscópio Eletrônico de Varredura com Alta Resolução foi a mais recente aquisição do CME. Este equipamento aproxima a amostra em até 1 milhão de vezes e permite análises quÃmicas e cristalográficas do material, inclusive a caracterização em altas temperaturas, assim como em ambientes com a pressão próxima da pressão atmosférica com umidade controlada, sem a preparação prévia (desidratação ou revestimento com outros materiais).
A última aquisição contemplada no Edital CT-INFRA de 2012 estará no CME em 2019: um Microscópio de Eletrônico de Transmissão com Alta Resolução e com microanálise.
Os laboratórios de preparação de amostras do Centro de Microscopia Eletrônica da UFPR preparam amostras para análises em microscopia eletrônica. O Laboratório de Amostras Duras possui equipamentos sofisticados para corte e polimento fino de materiais diversos. Há também limpadores ultrassônicos e um polidor iônico, usado no preparo de amostras para microscopia eletrônica de transmissão.
O Laboratório de Amostras Biológicas está equipado com duas metalizadoras (para procedimentos com ouro e carbono), um ponto crÃtico, ultramicrótomo e uma bidestiladora, além de acessórios e reagentes próprios para o preparo deste tipo de amostra.
Diante da constante modernização e ampliação do Centro, uma nova sede é planejada para melhor abrigar os equipamentos e proporcionar maior comodidade aos usuários. Um grande desafio é a construção deste novo espaço dentro da UFPR, com condições técnicas e ambientais para a instalação adequada destes sofisticados equipamentos.
No próximo mês de outubro, o CME realiza o I Simpósio Paranaense de Microscopia Eletrônica e Microanálise, para integrar a comunidade cientÃfica interna e externa com o setor produtivo. A equipe do CME convida todos os usuários a mostrarem os resultados com base em microscopia eletrônica e microanálise que foram destaque em seus projetos.
De acordo com a Direção do Centro, estima-se que 40% da produção cientÃfica da Universidade resultou do emprego de técnicas de microscopia e microanálise realizadas no Centro. Portanto, há muitas razões para orgulhar-se neste jubileu e olhar com esperança para os desafios dos próximos 50 anos.
Por João Cubas, com informações do Comitê Cientifico do CME