Desde criança, Victor Zampieri percebia que alongamentos dos seus dedos e braços eram maiores que o comum. Na verdade, o que ele possui é a Hipermobilidade Articular, doença que se caracteriza como um excesso de extensão das articulações, também chamada de articulação frouxa ou dupla. Ela pode ter origens genéticas ou ser provocada por traumas, cirurgias ou excesso de exercícios.
Essa condição levou o estudante de Biomedicina da UFPR a estudar o assunto em seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).
Victor fez uma revisão bibliográfica de três doenças: a Hipermobilidade Articular, a Síndrome de Hipermobilidade Articular e a Síndrome de Ehlers-Danlos. O trabalho, sob orientação da professora Djanira Veronez, do Departamento de Anatomia da UFPR, rendeu duas publicações, que estão nos e-books Ciências da saúde: pluralidade dos aspectos que interferem na saúde humana e Medicina: aspectos epidemiológicos, clínicos e estratégicos de tratamento.
Em termos gerais, a intensidade dos sintomas é o que diferencia uma doença da outra. A hipermobilidade pode ser algo mais localizado a algumas articulações do corpo, sem maiores problemas de mobilidade. A síndrome vem acompanhada de uma série de sintomas, como fragilidade da pele, feridas recorrentes, varizes e transtornos de ordem mental. Já a Ehlers-Danlos é uma síndrome mais complexa, que pode ou não ter sintomas de hipermobilidade.
O tratamento clínico utilizado na Hipermobilidade Articular e na Síndrome de Hipermobilidade Articular está baseado na indicação de analgésicos e anti-inflamatórios, em casos de lesões articulares e dor crônica. Na Síndrome de Ehlers-Danlos, o tratamento farmacológico é constituído por anti-inflamatórios e opioides, além de tratamento fisioterapêutico.
De acordo com os dados levantados pelo estudante, ainda há muitas incertezas sobre as causas genéticas relacionadas à hipermobilidade que possam fundamentar a incidência e a prevalência das doenças. Elas variam, significativamente, em diferentes estudos, o que indica um potencial para futuras pesquisas sobre o assunto.
Embora Victor não apresente um caso grave de hipermobilidade, o trabalho serviu para que ele se aprofundasse mais sobre a sua condição. “Antes de entrar na faculdade, eu não encontrava muito sobre o assunto. Muitas pessoas não conhecem nada sobre isso”, revela.
Os livros com as contribuições dos estudos de Victor estão disponíveis gratuitamente nos links a seguir:
https://www.atenaeditora.com.br/post-ebook/4069
https://www.atenaeditora.com.br/post-ebook/4418
Texto: João Cubas (Aspec/SCB/UFPR)