A palavra “fármaco” tem origem em épocas antigas, onde rituais de cura eram realizados em troca de alívio para determinada enfermidade. Fármaco, então, passou a ser a denominação das substâncias químicas com fins medicinais. No decorrer dos séculos, o conhecimento do homem permitiu que se descobrissem substâncias eficientes no combate a diversos males.
Porém, apesar de prestarem um grande auxílio à população, os medicamentos, passaram a ser usados indiscriminadamente e, assim, trouxeram uma série de efeitos adversos. Um exemplo é o da substância Penicilina, que se usada em excesso passa a ocasionar uma série de problemas dermatológicos. Outro exemplo é a Talidomida, que funciona como antiemético, prevenindo náuseas e enjôos. Usado em mulheres grávidas a partir da década de 60, resultou em um alto número de bebês com má formação. A partir de então, os testes relacionados a efeitos colaterais passaram ser cada vez mais rigorosos.
Ainda assim, a falta de conhecimento e o uso de medicação sem prescrição, causam diversos problemas até os dias de hoje. São inúmeros os casos de pessoas acometidas por efeitos adversos, muitas vezes graves. Foi assim que surgiu a ideia do projeto de Extensão “Riscos da Automedicação” coordenado pelo professor Herbert Arlindo Trebien, do Departamento de Farmacologia.
Como forma de conscientizar a população para a importância do assunto, o programa passou a apresentar palestras informativas sobre ao uso dos medicamentos e ao risco de sua administração sem receita médica. As palestras são ministradas por alunos vinculados ao projeto, que trazem para a fala curiosidades, temas variados e interação. Os alunos reúnem-se entre si periodicamente para realizar módulos temáticos, que são mini-palestras com as novidades sobre determinado assunto relacionado aos fármacos. Esses módulos são uma atualização para que o aluno esteja sempre informado quanto aos dados mais recentes no momento de proferir suas palestras.
As apresentações são realizadas a partir de convites em locais como escolas, igrejas, postos de saúde, empresas e organizações como SENAI e SESI, por exemplo. Além das palestras, os participantes do programa criam outras formas de abordagem de modo a atingir o público e tornar clara sua mensagem. Dependendo das características dos espectadores, pode ser realizado um teatro de fantoches ou outra atividade lúdica, mas sempre voltada à informação relacionada à automedicação. O projeto também possui produções textuais como cadernos pedagógicos e livros. O último livro publicado, “Pramosvaldo e a Automedicação” trata do assunto com todos os detalhes, mas, em linguagem clara e acessível.
As experiências com a comunidade revelam uma grande necessidade de informação e conscientização também se faz importante e para isso, é fundamental mostrar e comprovar a importância do uso seguro de medicação. O prof. Herbert coloca esta como a parte mais importante do projeto para seus alunos: “ali eles vão encontrar a mesma população com que vão se deparar quando formados. O público é o mesmo, assim como o teor das perguntas que vão ouvir. É muito importante que eles aprendam a lidar com as pessoas, a conversar com elas e, principalmente, tornem-se conscientes de que podem ser difusores de informações valiosíssimas”, conta o professor Herbert.