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PESQUISA DESCOBRE A PRIMEIRA LARVA COM BIOLUMINESCÊNCIA AZUL NA AMÉRICA LATINA

No último dia 5 de agosto, a revista Nature publicou um artigo sobre a descoberta e classificação do mosquito Neoceroplatus betaryiensis, o primeiro que possui bioluminescência azul na região neotropical.

O trabalho tem entre seus autores Rafaela Lopes Falaschi, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Duas alunas de Rafaela, Edna Amaral e Fernanda Toczek, visitaram a UFPR na semana passada e fizeram a disciplina de Diptera, sob a orientação do professor Claudio Carvalho, no Programa de Pós-Graduação em Entomologia, e acabaram por relatar sobre a descoberta.

Pesquisadores do IPBio (Instituto de Pesquisas da Biodiversidade) estavam em uma reserva de Mata Atlântica, próxima ao município de Iporanga/SP, à procura de cogumelos luminescentes e acabaram encontrando a larva do mosquito. O fenômeno da bioluminescência já é conhecido, por exemplo, nos vaga-lumes, porém a luz varia entre amarelo e verde. Até o momento, não existia conhecimento de luz azul em dípteros na região Neotropical, que compreende praticamente toda a América Latina e o sul dos Estados Unidos.

Rafaela é especialista em alguns grupos de mosquitos, dentre eles os queroplatídeos. A espécie encontrada faz parte desse grupo, e por isso que os pesquisadores do IPBio entraram em contato com ela. Seu estudo é focado em descrever a nova espécie (pela forma do corpo, em texto, com fotos e desenhos e algumas vezes o DNA também) e dar um nome para ele. A pesquisadora também estuda as relações de parentesco entre os mosquitos. Algo parecido (mas não igual) a uma árvore genealógica.

“Eu vi que era uma espécie não conhecida até então, ou seja, ela não tinha um nome. Assim, a nomeamos em homenagem à Reserva Betary, onde ela foi encontrada. Certamente há mais espécies novas de mosquitos e outros seres vivos”, relata a professora. Também participaram do estudo outros 12 pesquisadores da UFSCar e da USP.

De acordo com a pesquisadora, as substâncias presentes nessa nova espécie de mosquitos têm bastante aplicação nas áreas de pesquisa médica, biotecnológica, industrial e farmacêutica. Por meio de manipulação genética, células específicas podem ser marcadas com substâncias bioluminescentes e serem facilmente visualizadas no microscópio. Essas moléculas já são usadas para marcar células de câncer, testar a viabilidade de espermatozoides, detectar patógenos e mesmo metais pesados em amostras de água. “Ou seja, se não fosse a simples curiosidade de conhecermos os mosquitos, todo esse conhecimento não estaria disponível para aplicação. Conhecer a biodiversidade, com quem dividimos esse planeta imenso, é o primeiro passo para se fazer boa Ciência”, reflete Falaschi.

A larva possui três órgãos luminescentes - dois na cabeça e um na cauda. Foto - divulgação

A larva possui três órgãos luminescentes – dois na cabeça e um na cauda. Foto – divulgação

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