O e-book “Beija flores: os cupidos da Mata Atlântica” é um projeto de divulgação científica do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O livro está disponível no site do Instituto Nacional da Mata Atlântica.
A obra conta com fotos e textos de interações entre plantas e beija-flores em duas áreas protegidas da Mata Atlântica: a Estação Biológica de Santa Lúcia (EBSL) e a Reserva Biológica Augusto Ruschi (RBAR), no município de Santa Teresa, Espírito Santo.
A publicação é parte dos resultados do mestrado de Analí Bustos, que teve a orientação da professora Isabela Galarda Varassim. O trabalho também foi desenvolvido no Laboratório de Interações e Biologia Reprodutiva da UFPR e no Instituto Federal Suíço para Pesquisa de Florestas, Neve e Paisagem.
A ideia de nomear os beija-flores como os “Cupidos da Mata Atlântica” vem da função polinizadora que eles desenvolvem nas florestas. As plantas oferecem recursos como néctar, pólen, óleos essenciais ou ceras. Em troca, os beija-flores transportam o pólen até a flor de um outro indivíduo da sua espécie. “É assim que eles contribuem para a reprodução das plantas e para que as florestas se mantenham e cresçam”, resume Analí.
Câmeras colocadas em frente às flores abertas registraram uma fotografia por segundo, o que resultou em um vasto material. Ao final do trabalho, foram identificadas seis espécies de beija-flores, que visitaram 35 espécies de plantas, pertencentes a oito famílias botânicas. A equipe verificou que a família mais visitada pelos beija-flores foi a Bromeliaceae, um dos recursos mais abundantes na área amostrada.
De acordo com a autora, o livro é uma oportunidade para o público em geral conhecer como funcionam as relações que ocorrem nas florestas, além de ser base para futuras pesquisas sobre o tema.
Analí relata que a polinização é importante para a manutenção da biodiversidade e para a vida humana, pois “aproximadamente, 35% das culturas do mundo dependem da ação de polinizadores naturais. Isso nos dá uma dimensão de quanto devemos nos preocupar com sua conservação”, conclui a pesquisadora.
Por João Cubas