É com grande pesar que comunicamos o falecimento da professora Maria Berenice Reynaud Steffens, do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular, ocorrido no último sábado (17/07), após longo período de internamento na UTI para o tratamento de complicações ocasionadas pela Covid-19, aos 58 anos.
Com graduação em Ciências Biológicas, doutorado e pós-doutorado em Ciências – Bioquímica, todos na UFPR, era docente desde 1996. Berenice era uma pessoa doce, afável, e muito atenciosa com todos. Como fiel defensora da UFPR, o seu falecimento causou comoção na comunidade universitária.
Não é por menos, como lembra o professor Edvaldo da Silva Trindade, diretor do Setor de Ciências Biológicas (SCB). Bere, como carinhosamente era chamada por alunos e colegas de trabalho, teve uma trajetória brilhante na UFPR e parte precocemente, em um momento muito produtivo de sua vida. “Fazendo alusão ao Teatro, nos dá a sensação de que foi retirada de cena uma atriz renomada, no meio de sua melhor atuação, em sua melhor fase e em uma peça super importante”.
De fato, na graduação atuou em disciplinas para os Cursos de Medicina e Nutrição. Chefiou o Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular, entre 2003 e 2006, foi coordenadora da Pós-graduação em Bioinformática, de 2013 a 2015 e, atualmente, coordenava o Programa de Pós-Graduação em Ciências –Bioquímica, conceito nível 7 da Capes. Além disso, foi membro do Conselho de Planejamento e Administração (Coplad) e do Conselho Universitário (Coun).
Participou, desde o início da carreira, do Núcleo de Fixação de Nitrogênio (NFN), reconhecido dentro e fora do Brasil e que já proporcionou economia de milhões de dólares com a redução do uso de fertilizantes nas plantações de milho e trigo.
Mais recentemente, desenvolveu o projeto Museus Viajantes, em parceria com o curso de Design e com a Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proec). O objetivo é divulgar em escolas públicas e eventos educacionais as pesquisas desenvolvidas pelo NFN.
“Particularmente, eu tive o privilégio de conviver com ela, de forma mais próxima, nas nossas discussões para os Conselhos Superiores da UFPR. Sua postura foi sempre exemplar. Sempre foi firme e conciliadora, mas com retidão aos princípios éticos e em defesa da Ciência e da UFPR. Por mais que realmente estejamos calejados por esse longo período de pandemia e tantas perdas, é impossível não ficarmos muito tristes com a perda de uma colega tão querida, tão dedicada e tão humana, como era a Berenice. Ela representava claramente a garra, a dedicação e a paixão pelo Setor de Ciências Biológicas e pela UFPR”, completa Trindade.
A coordenação do curso de Medicina também expressa o reconhecimento pelo trabalho da docente. “Professora Bere era brilhante cientista, incansável e muito dedicada em tudo que fazia. Foi e sempre será um grande exemplo de ética e uma inspiração para todos que a cercavam. Sua gentileza e simpatia seguirá na memória de todos”.
O Setor de Ciências Biológicas manifesta sinceros sentimentos aos familiares e amigos.