A pandemia do novo coronavírus e a suspensão das atividades presenciais impactaram as disciplinas práticas da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Em cursos como o de Fisioterapia, novas estratégias foram adotadas para que alunos e professores seguissem no atendimento à comunidade durante esse período.
Na disciplina optativa Vivências em Fisioterapia Aquática, não foi diferente. Sob a coordenação da professora Vera Lúcia Israel, do Departamento de Prevenção e Reabilitação em Fisioterapia (DPRF), os estudantes desenvolveram projetos de educação em saúde para que os pacientes praticassem atividades em casa de março a dezembro de 2020.
A equipe produziu panfletos educativos, vídeos explicativos com demonstração de exercícios físicos e calendários de acompanhamento, com intuito de aumentar os níveis de atividade física dos pacientes e informar sobre os benefícios terapêuticos da água.
Exemplos de exercícios formulados pela equipe durante o período de atividades remotas
Para a acadêmica Jéssica Biernaski, a parte mais desafiadora foi prescrever atividades fáceis de se executar em qualquer situação domiciliar, já que os pacientes se encontravam em quarentena e sem a prática do exercício físico. Além disso, alguns participantes tiveram insegurança em realizar as atividades sozinhos, por não terem uma pessoa para auxiliar presencialmente. Jéssica também apontou a dificuldade de alguns pacientes em lidar com a parte digital e tecnológica, o que exigiu readaptações durante o processo.
De acordo com a estudante Stephany Ferreira de Souza, a disciplina possibilitou aos estudantes maior contato e aproximação com os pacientes e a uma nova realidade fora da sala de aula. “Dessa forma, o fisioterapeuta em formação possui a chance de treinar as abordagens e técnicas, aprendidas apenas em teoria, sob supervisão de profissionais experientes, explorando outras interfaces do aprendizado com ênfase na metodologia ativa e prática baseada em ciência”, explica a estudante.
Os pacientes aderiram de formas diferentes quanto às orientações desenvolvidas. Por isso, será necessário acompanhamento no retorno às atividades práticas, para recuperação da funcionalidade de cada um.
Na visão das alunas, a aprendizagem no processo virtual foi significativa para a formação presencial do fisioterapeuta e na construção de estratégias para as novas demandas que visem a saúde físico-funcional dos pacientes atendidos.
Exemplo de atividade prática realizada na disciplina de Vivências em Fisioterapia Aquática
Sobre a disciplina
A disciplina de Vivências em Fisioterapia Aquática oferta tradicionalmente práticas em piscinas terapêuticas da rede pública de saúde, com parcerias na Secretaria Municipal de Saúde (SMS – Unidade de Saúde Ouvidor Pardinho) e Secretaria Estadual de Saúde (SESA – Hospital de Reabilitação), ambos em Curitiba.
As atividades permitem que conteúdos abordados na formação do futuro fisioterapeuta envolvam a avaliação em solo e água aquecida, o planejamento e execução de programas teórico-práticos de exercícios terapêuticos aquáticos, além de orientação de educação em saúde para os pacientes atendidos, com olhar biopsicossocial.
No começo de 2020, o planejamento contou com apoio do mestrando em Educação Física da UFPR Luís Henrique Paladini e a turma iniciada teve a participação de estudantes Gabriella Possas Fagundes, Giovana Zanlorenzi da Conceição, Jéssica Biernaski, Ramon Sales e Stephany Ferreira de Souza.
Texto produzido com informações de Jéssica Biernaski, Stephany Ferreira de Souza, Luís Henrique Paladini e Vera Lúcia Israel.
Fotos: acervo pessoal dos estudantes