Na noite de sexta-feira, 02 de fevereiro, ocorreu no Teatro da Reitoria a solenidade de formatura do curso de Biomedicina da UFPR, Turma Rosalind Franklin. Em Sessão Pública e Solene do Conselho Universitário, 16 estudantes colaram grau e quatro biomédicas que já haviam recebido antecipadamente a outorga foram cumprimentadas pela mesa diretiva.
Compuseram a mesa o Prof. Dr. Marcelo de Meira Santos Lima, Vice-diretor do SCB, que presidiu a solenidade; a Coordenadora do Curso de Biomedicina e Patronesse da Turma, Profa. Dra. Djanira Aparecida da Luz Veronez; e a Vice-Coordenadora do Curso de Biomedicina e Paraninfa da Turma, Profa. Dra. Jaqueline Carvalho de Oliveira. Dois professores foram homenageados pelos formandos: Joice Maria da Cunha e Andrey José de Andrade.
“A UFPR é muito mais do que seus prédios históricos. A UFPR, essa instituição centenária, é todas as pessoas que ocupam esses espaços e fazem a universidade acontecer.” —- Stella Schuster da Silva, Biomédica, oradora da turma
A Biomédica Pietra Mancini Seibt conduziu o juramento e Stella Schuster da Silva foi a oradora da turma. Julia Helena Carvalho proferiu a homenagem aos amigos; Beatriz Maria da Silva Pereira, a homenagem à fé; Bruna da Silva Oliveira, aos ausentes; Mylena Lemes Cunha, aos mestres; e Beatriz Borba Ortiz, aos familiares e amigos. Das mãos do Professor Marcelo, a Bacharela Marcela Santa Clara Brito recebeu o Prêmio “Prof. Dr. Ennio Luz”, pelo maior Ãndice de rendimento acadêmico do curso de Biomedicina no ano de 2023.
“A Biomedicina é umas das profissões do futuro, sÃmbolo de inovação e tecnologia, e necessita de profissionais curiosos e comprometidos. É por isso que digo com a maior certeza que vocês, nós, seremos excelentes profissionais porque já temos sido estudantes engajados, participativos, dedicados, estudiosos e acolhedores desde o inÃcio deste percurso. Hoje a sociedade ganha 20 novos excelentes Biomédicos. Mais que Biomédicos, Cientistas Biomédicos. Esse é um dos privilégios de sermos UFPR: termos a possibilidade de adquirir olhar atento não apenas aos ‘como’, mas também aos ‘por ques’. Nós não apenas obtemos conhecimento, nós também o produzimos, e vemos na Ciência não um capricho, mas uma necessidade e causa nobre.” —- Stella Schuster da Silva, Biomédica, oradora da turma
A Professora Jaqueline, emocionada pela homenagem recebida dos alunos, revisitou sua própria formatura e as mudanças ocorridas na Biomedicina desde então. “Um curso que tem crescido e ganhado visibilidade e reconhecimento”, disse. A paraninfa recordou os desafios vividos pela turma durante a pandemia. “Para estarmos aqui hoje, todos juntos, não foi fácil. Vocês trabalharam arduamente e merecem todo o reconhecimento”, destacou. Muitos dos estudantes desta turma atuaram na instituição durante a pandemia, realizando exames para Covid-19 e disseminando informações corretas, combatendo as fake-news.
O Professor Marcelo refletiu sobre o termo “popularização da Ciência”, que visa tomar a Ciência como algo material, palpável e acessÃvel para todos. “Para essa tarefa”, disse o professor, “vocês serão e já são os protagonistas, os elos de ligação, seja em sala de aula, seja no campo ou nos laboratórios”. Ele considerou a escolha do nome da turma, Rosalind Franklin, como “uma necessária reparação histórica quanto à elucidação da estrutura da molécula do DNA”, permeada, segundo ele, “pelo machismo no campo acadêmico que resultou em grande desproporção de crédito entre a cientista e seus colegas de trabalho”. O Vice-diretor revelou sua percepção de que os formandos estavam imbuÃdos “do melhor e mais venerável espÃrito cientÃfico”. Entre outros, os formandos da Turma Rosalind Franklin se destacaram durante o perÃodo acadêmico pela contribuição no desenvolvimento da Chromos, empresa júnior da UFPR, e da Liga Acadêmica, fundada por membros desta turma.
“Quando falamos de DNA instantaneamente pensamos em herança de caracterÃsticas geneticamente adquiridas. Entretanto, por muito tempo, não se sabia ao certo os mecanismos pelos quais algumas moléculas presentes nos núcleos das células poderiam ser responsáveis por tamanha façanha. A porta de entrada para o mundo da biologia molecular só se abriu quando um grupo de pesquisadores se debruçou sobre a estrutura da molécula do DNA. Percebam que os livros nos ensinam que o biólogo James Watson e os biofÃsicos Francis Crick e Maurice Wilkins foram os responsáveis pelo feito, descrevendo em 1953 a agora famosa estrutura da dupla hélice. Mas a história contada nesses livros negligenciam sumariamente o papel central de Rosalind Franklin, uma quÃmica britânica especialista numa técnica de nome complexo de difração de raio-x. Era a única desse grupo de pesquisadores com tamanha qualificação, sendo ela, portanto, a grande responsável pelos experimentos que demonstraram de maneira inequÃvoca a tal estrutura em dupla hélice do DNA. Esse feito se deu pela identificação do padrão de difração de raio-x pelas colisões dos átomos dentro de amostras de DNA cristalizado, sendo esse registro possÃvel a partir da famosa ‘foto 51’, apresentada num congresso por esse grupo. Além disso, Franklin também foi brilhante ao estabelecer as bases para o entendimento das possÃveis conformações da molécula de DNA em função do posicionamento de resÃduos de fosfato e da quantidade de água de solvatação presente na dupla hélice. Podemos dizer que, sem a contribuição de Franklin, muito provavelmente terÃamos demorado muito mais tempo para desvendarmos esse mistério. […] Podemos dizer que devemos a Rosalind Franklin todo o conhecimento que acumulamos de biologia molecular e em todas as áreas do conhecimento que dependem da biologia molecular.” —- Prof. Dr. Marcelo de Meira Santos Lima, Vice-diretor do Setor de Ciências Biológicas
Aos novos Biomédicos, nosso orgulho pela conquista e nossos votos de muitas realizações profissionais! Parabéns!
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Por Danielle Salmória (Aspec/SCB/UFPR) – 06 de fevereiro de 2024