Nobor Imaguire, engenheiro agrônomo que foi docente do Departamento de Botânica da UFPR entre 1968 e 1993, foi um professor bastante acessível. Quem conta é a professora Elizabeth de Araújo Schwarz, que foi sua aluna na graduação e no mestrado em Botânica. “Pessoa sempre alegre e disposta a buscar as plantas que despertavam dúvidas nos alunos, fosse em qual disciplina surgisse a dúvida, trabalhando em parceria com os demais professores do departamento ou das Ciências Agrárias”, revela.
A solenidade que comemorou o centenário da Escola Agronômica do Paraná, em 2018, homenageou o Professor Nobor Imaguire, por suas contribuições à Universidade. Seus estudos, até hoje citados e referenciados por outros autores, trazem contribuições ao estudo da flora da Fazenda Experimental da UFPR, às condições ambientais da Araucaria angustifolia e ao porquê da existência dos campos e matas no primeiro e segundo planaltos paranaenses, entre outros.
Imaguire recebendo homenagem no Setor de Ciências Agrárias
Nobor também foi um montanhista pioneiro no Paraná. Lanterna, como era conhecido, subiu mais de 30 vezes o conjunto do Marumbi desde que conheceu o lugar e se apaixonou pela montanha em 1946. Ele também calculava ter escalado mais de 90 vezes o Pico Paraná e foi um dos responsáveis por grandes conquistas no estado.
Entre elas se destacam a conquista do Siririca e do Agudo do Cotia em 1949, ao lado dos irmãos Osiris e Orisel Curial (Arame e Vespa). Esta empreitada foi realizada em uma única semana, o objetivo era alcançar apenas o Siririca, mas como haviam carregado suprimento suficiente para 10 dias, os três decidiram seguir em frente e chegaram até o Agudo do Cotia.
Imaguire ao lado de outros ilustres marumbinistas – Foto retirado do Livro As Montanhas do Marumbi de Nelson Penteado
Ele também foi responsável pela primeira ascensão ao Ferraria em 1950 junto com os companheiros Rudolf Stamm (Professor), Waldemar Bucken (Gavião) e Herbert Becker (Dr. Mendes).
Seu apelido aparece ao lado de outras ilustres figuras do montanhismo em inúmeras aventuras e conquistas pela Serra do Mar. Entretanto suas andanças pelas montanhas também lhe renderam uma outra paixão, a botânica. A qual influenciou em sua carreira como Engenheiro Agrônomo e professor, com diversos estudos sobre a flora do estado do Paraná.
O professor Nobor faleceu no último dia 17 de maio, em Curitiba, aos 92 anos de idade.
Com informações de Maruza Silvério, do site Alta Montanha