O Câncer de mama é o segundo tipo mais recorrente no Brasil, depois do melanoma. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontavam que mais de 57 mil pessoas seriam diagnosticadas com a doença em 2016.
Pensando na importância do diagnóstico precoce do câncer de mama, a Doutora em Microbiologia, Parasitologia e Patologia da UFPR Graciele Manica pesquisou a expressão da proteína ADAM33 em células tumorais nas mamas. A manifestação desta proteína influi na agressividade do tumor e no aparecimento de metástases. O resultado deste trabalho foi publicado em março de 2017 no periódico Nature Scientific Reports.
A partir da descoberta da relação entre a ADAM 33 e os tumores, anticorpos foram produzidos e utilizados como marcadores, capazes de detectar a proteína e a sua expressão.
O estudo apontou que as células com os tumores mais agressivos, como o triplo-negativo e o basal, apresentam uma quantia menor da proteína ADAM33 do que em células normais. Ou seja, pacientes com menor expressão da proteína podem ter uma expectativa de vida menor.
Como resultado das suas pesquisas, Graciele desenvolveu um novo marcador que poderá ser usado para detectar o tumor e sua agressividade de forma mais precoce, pois hoje a relação com a ADAM 33 não é considerada nos exames de diagnóstico.
Atualmente a técnica utilizada em clínicas para dignosticar o câncer é a imuno-histoquímica de proteínas, onde são analisadas biópsias de tecidos da mama e estabelecidos marcadores com anticorpos, que auxiliam na precisão do reconhecimento ou não de um tumor. A aplicação deste marcador de ADAM 33 nestes tecidos, em associação com as técnicas já existentes, poderá dar aos resultados maior precisão.
O novo marcador já foi patenteado pela UFPR, sendo um grande feito para universidade e para a sociedade. “Este é um método mais barato que aprimora o diagnóstico do câncer e ainda reforça a importância das pesquisas científicas no âmbito acadêmico”, ressalta Graciele.
Por Isabela Sizanoski / ASPEC