Um trabalho realizado pelo projeto de extensão “Fisiodivulgando” foi aprovado na segunda edição do edital “Igualdade de Gênero na Educação Básica”. A sequência didática “Contracepção: Responsabilidade Compartilhada” produzida pela professora Maíra Valle, do Departamento de Fisiologia, trabalha a ideia de que a contracepção não é uma responsabilidade apenas feminina, além de abordar vários temas como Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), machismo, autonomia corporal e temas transversais como a influência do racismo e da classe social.
Um dos itens da sequência é um vídeo (abaixo), produzido pela estudante de Terapia Ocupacional Daiany Assunção de Sá. Através da técnica de stop motion, o material reforça a importância de usar métodos contraceptivos e a diferença entre cada um deles. Em breve, os demais itens da sequência, que está em revisão, também serão disponibilizados à comunidade.
Ao todo, foram inscritos 80 trabalhos entre novembro e dezembro do ano passado. As avaliações foram feitas por especialistas que decidiram pelas ideias mais criativas e engajadoras, levando em conta as especificidades na educação de crianças entre zero e cinco anos, jovens e adultos.
A professora comenta que ficou muito feliz com a aprovação e que tem vontade de elaborar mais materiais didáticos sobre o assunto. “É muito importante falar não só no ensino fundamental, mas também no médio, na educação de adultos e no ensino superior”.
Maíra acredita que há maneiras diferentes da tradicional para falar de sexualidade nas escolas. Além da gravidez na adolescência e ISTs, há espaço ainda para abordagens como o prazer no ato sexual e expressões que vão além da heteronormatividade. “Todas as formas possíveis de expressões de gênero e orientações sexuais devem ser contempladas, porque existem diversas formas de viver a sexualidade e todas elas são saudáveis”.
No total, foram selecionados outros 25 trabalhos. O edital é uma iniciativa da ONG Ação Educativa, que criou um banco de aulas sobre o tema, com apoio do Fundo Malala, acessível aqui.
Texto: André Festa, sob orientação de João Cubas (Aspec/SCB/UFPR)