Setor de Ciências Biológicas

Superação e emoção nas quadras e pistas do CED/UFPR durante o Meeting Paralímpico

O Meeting Paralímpico é um evento idealizado e criado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Realiza provas de atletismo, natação, halterofilismo, bocha, tiro com arco e tiro esportivo, que são disputadas nas capitais brasileiras. Os objetivos do evento são desenvolver a prática esportiva para pessoas com deficiência em todas as regiões do país, contribuir para o aprimoramento técnico dos competidores e propiciar oportunidades de competição aos atletas de elite e jovens promessas do paradesporto em todo o Brasil. “Queremos aproximar o paradesporto das famílias, da comunidade em geral, gerando mais oportunidades de inclusão e transformação na vida das pessoas”, afirma Paulo Losinskas, Diretor Jurídico e de Compliance do Comitê Paralímpico Brasileiro.

Na edição deste ano, a cidade de Curitiba sediou a terceira etapa da competição, simultaneamente a Cuiabá (MT), reunindo aqui 315 atletas. As disputas de atletismo e halterofilismo, respectivamente com 173 e 14 atletas, ocorreram na UFPR, no Centro de Educação Física e Desportos (CED), no Centro Politécnico, no último sábado (9 de março). Foram realizadas tanto provas para atletas de alto rendimento como também seletivas para as Paralimpíadas EscolaresParalimpíadas Universitárias, Paralimpíadas Militares e Intercentros (competição entre alunos dos Centros de Referência do CPB, projeto que aproveita espaços esportivos em estados de todas as regiões do país para oferecer modalidades paralímpicas, desde a iniciação até o alto rendimento).

Márcia Menezes já conquistou 25 medalhas internacionais e foi várias vezes campeã e vice-campeã brasileira. “Estou com 56 anos e a barra está saindo do peito. Enquanto tiver pesinhos ali para eu levantar, eu vou levantar!” Agora, ao mesmo tempo em que segue competindo e buscando retomar seu espaço na Seleção Brasileira, ela se dedica também ao preparo dos atletas que estão chegando no esporte. “São o futuro da modalidade”, diz.

 

 

O jovem paranaense Murilo dos Santos Nascimento, 17, foi um dos destaques desta edição. Ele sofreu amputação da perna esquerda após um atropelamento sofrido aos quatro anos. Contou que iniciou no esporte praticando corrida de rua, até ser descoberto por Márcia Menezes (56), medalhista de bronze no Mundial de Dubai em 2014 (primeiro pódio do Brasil na história da competição). Foi Márcia quem o incentivou a experimentar o halterofilismo e teve importante participação na permanência de Murilo no esporte. A halterofilista, que também competiu no Meeting e venceu a prova da categoria acima de 86 kg com levantamento de 105 kg, contou que, logo que viu Murilo, percebeu que ele poderia se destacar. “A estrutura física e a idade dele me fizeram ver um grande potencial. Temos poucos atletas que começam jovens e isso precisa ser cada vez mais incentivado com ações como a Semana de Treinamento do CPB”, destaca. Murilo, hoje promessa na modalidade, bateu seu recorde no Meeting, suportando 108 kg, quatro a mais do que seu melhor resultado até então. Com essa marca, o atleta conquistou a medalha de prata na categoria até 72 kg da competição.

Outro destaque do Meeting em Curitiba foi a carioca Julyana Cristina da Silva, medalhista de bronze nos Jogos Paralímpicos de Tóquio no lançamento de disco da classe F57 (atletas que competem sentados). No Paraná, ela marcou 25,07m no lançamento de disco e 9,62m no arremesso de peso. Os resultados seriam o 13º e 10º do Mundo, considerando o ranking de 2023. “Eu quero fazer minha melhor marca esse ano, tanto no disco quanto no peso”, afirmou. Julyana (27) começou a treinar natação aos 13 anos. Mesmo já competindo a nível nacional, sentiu dificuldade em evoluir no quesito velocidade, e acabou realizando um teste no atletismo. Gostou da experiência e passou a disputar provas de salto em distância e arremesso de peso. “Fui me encontrando ali nas provas de campo”, diz. O esporte mudou a vida de Julyana, proporcionando viagens a outros países, aproximação com novas culturas, bolsa de estudo, até desfiles e campanhas de publicidade.

“Sempre estive inserida no esporte porque minha mãe me levava nas atividades para poder conhecer, querendo me fazer entender que eu também poderia fazer parte disso tudo, na verdade, que eu poderia fazer tudo o que eu quisesse. E, ah, o esporte me trouxe muitas coisas boas, muitas mesmo!” —- Julyana Cristina da Silva (27), medalhista olímpica no lançamento de disco.

Seguindo o ditado, a família Pascoal Ortiz permanece unida em todas as competições de Mateus Pascoal Ortiz (17), campeão brasileiro de arremesso de peso sub-17. Com a marca no Meeting, são oito medalhas conquistadas. A mãe, Simone; o pai, Alberto; e os avós acompanham o atleta em todas as provas, fazendo coro na torcida, desde o início de sua história no paradesporto. Simone revela que as Paralimpíadas Escolares, porta de entrada do Mateus no esporte, “tirou a família de um ciclo hospitalar e levou para a sociedade”. Alberto conta que nunca imaginou ver o filho trilhando o caminho do esporte. “O esporte não apenas resgatou meu filho, mas resgatou a mim também”, revela o pai, que depois de sua aposentadoria passou por um processo depressivo e hoje acompanha o filho em todas as competições, como parte de seu staff. “O esporte mudou a vida do Mateus. Como diz o neurocirurgião que o operou cinco vezes, ‘o Mateus não é apenas campeão de medalhas, o Mateus é campeão da vida’, porque venceu a mielomeningocele e hidrocefalia e hoje é uma referência a outras famílias”, orgulha-se o pai. “Eu gostaria que todos que têm necessidades especiais, que são portadores de qualquer necessidade, qualquer patologia, tivessem a oportunidade de conhecer o esporte, porque eu posso afirmar que o esporte causa uma transformação familiar. Vai muito além de medalhas. Abre o horizonte, mostra que tudo é possível, mostra que todos podem ser o que quiserem”, completa Simone.

 

O Meeting Paralímpico foi uma manhã de dedicação, superação e muita emoção na UFPR, aproximando a todos do que há de mais bonito no esporte! Parabéns aos atletas e delegações!

 

Por Danielle Salmória (Aspec/SCB/UFPR) com apoio da Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)

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