Indivíduo de Brachyteles arachnoides nativo de Castro, interior do Paraná. Foto – Robson Hack
O estudante de Ciências Biológicas Eduardo Miguel Zanette Correia estudou em sua monografia uma espécie de primata ameaçada de extinção que, apesar de ser símbolo da Mata Atlântica, é pouco conhecida: o muriqui-do-sul (Brachyteles arachnoides).
Ele avaliou o potencial do muriqui-do-sul como dispersor de espécies da flora nativa as quais o primata pode consumir em vida livre. Para tanto, Eduardo forneceu aos primatas cativos no Zoológico de Curitiba frutos de dez espécies de maneira experimental. Por meio de testes de germinação, o estudante avaliou a qualidade da dispersão e a sobrevivência das sementes após o consumo pelo animal. “Nesta etapa de dispersão, o muriqui-do-sul foi eficiente em dispersar todas as espécies testadas”, relata Eduardo. Ele explica ainda que, no geral, houve aumento da germinação ou diminuição do tempo de germinação, ambos considerados efeitos positivos. Por ser grande e herbívoro, o primata retém os itens consumidos por tempo suficiente para que a semente seja depositada longe da planta mãe, aumentando assim a sobrevivência das mesmas.
O estudante finaliza o Bacharelado neste semestre, mas dará continuidade ao curso na modalidade de Licenciatura, quando aprofundará as pesquisas envolvendo a ecologia de primatas. “A espécie de primata do meu estudo é criticamente ameaçada no Estado do Paraná. Neste sentido, qualquer esforço para conhecer a história e ecologia deste primata e evitar sua extinção será objetivada”.
Eduardo afirma teve dificuldades em obter as plantas para fornecer os animais e conciliar os resultados com a teoria sobre o assunto. Foto – arquivo pessoal