[Perfil Biológicas] Carolina Arruda de Oliveira Freire: liderança acadêmica e compromisso com a extensão

Carolina Arruda de Oliveira Freire nasceu no Rio de Janeiro, em 24 de janeiro de 1966, em uma segunda-feira de enchente na cidade. Filha do engenheiro Carlos Freire e da arquiteta Sira Arruda Freire, sempre amou o mar. Desde bem jovem, acompanhava com profundo interesse os programas de divulgação científica dos oceanógrafos Jacques Cousteau e lia sobre Sylvia Earle; mais tarde acompanhava as séries da BBC apresentadas pelo naturalista David Attenborough. Sonhava em ser oceanógrafa, mas a paixão por animais, laboratórios e revistas de biologia acabou moldando seu caminho.

Formou-se em Ciências Biológicas, na modalidade Biologia Marinha, pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Com interesse pelo laboratório além do campo, optou pelo mestrado em Fisiologia Animal Comparada no centro nucleador desta área de estudo, no Instituto de Biociências da USP (Universidade de São Paulo). No mestrado, estudou a osmorregulação, função relacionada ao controle da água e do sal no corpo dos animais. Pesquisou camarões de água doce (Macrobrachium olfersii) e como eles ajustam o equilíbrio de sais ao passar para água salobra, explorando o papel de hormônios e a estrutura das brânquias nesse processo.

Para o doutorado, enviou cartas a pesquisadores pelo mundo e, em 1991, conquistou uma bolsa do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e apoio do fisiologista renal da USP, Gerhard Malnic. Realizou o curso na Cornell University, nos Estados Unidos, mas a parte prática de sua tese foi feita inteiramente em Dortmund, na Alemanha, no Max-Planck-Institut de Fisiologia Molecular, a convite do orientador, que estaria no MPI Dortmund com bolsa Humboldt. Na tese, a bióloga Investigou o transporte de íons em trutas arco-íris (Oncorhynchus mykiss), estudando como sódio e glicose são transportados juntos nas células dos rins, e como o magnésio atravessa suas membranas.

Em março de 1996, foi aprovada em um concurso da UFPR (Universidade Federal do Paraná). Nos anos que se seguiram, ajudou a consolidar os Programas de Pós-Graduação em Biologia Celular e em Fisiologia, além de participar de inúmeras bancas de mestrado e doutorado.

No ano 2000, teve filhos gêmeos: a Beatriz, que cursa Arquitetura e Urbanismo; e o Vítor, que cursou Publicidade e Propaganda. Fora da universidade, Carolina cultiva outra paixão: a ilustração científica, especialmente zoológica. Aperfeiçoou a técnica após um curso ofertado no próprio Setor, pelo projeto do NAPI, do professor Rodrigo Arantes Reis, com a ilustradora botânica Diana Carneiro, em 2024, e hoje pinta especialmente aves. É incentivadora dessa arte no Setor de Ciências Biológicas. “Em breve, haverá pintura dos vidros externos da nova sede da Coordenação do Curso, em parceria com o coletivo Bioilustra”, diz. Em casa, está decorando uma parede especial.

Durante a pandemia, mergulhou na militância e reforçou seu compromisso com a divulgação científica e o combate à emergência climática.

“A pandemia mexeu muito comigo. A indignação contra fake news mostrou a urgência de cientistas irem a campo”, diz.

Também atuou como secretária regional da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, de 2021 a 2023) e participou da preparação da reunião anual da SBPC 2023 na UFPR, experiência que considera de grande aprendizado e ampliação de horizontes.

Atualmente, Freire é coordenadora do curso de Ciências Biológicas da UFPR, função que aceitou para se aproximar das ações de extensão.

“Sinto que nesse papel posso fazer mais pela transformação do nosso quintal e do mundo”, diz.

É também uma das responsáveis pelo projeto Campus N’Ativa. Ao lado da professora Cleusa Bona e do bolsista Victor Kshesek, que integram a ação, a bióloga se dedica a resgatar o bioma nativo do Centro Politécnico. Desde o início do trabalho, que começou no fim do ano passado e acaba de ser oficializado projeto de extensão, já foram totalizados 238 metros quadrados de terra em regeneração.
Membra da Sociedade de Biologia de Londres (SEB – Society for Experimental Biology), na área de Biologia Animal, como representante da área de interesse em Osmorregulação, Carolina vê relevância no fato de ser mulher e latina nesse espaço ainda tão restrito ao norte global. Otimista, acredita na força da ciência cidadã, mantém como lema o desafio de fazer sempre o melhor que temos com o que temos e busca sempre lembrar aos estudantes que a pandemia mostrou que cada pessoa pode fazer a diferença.

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