Pesticidas na gordura de ursos polares ou nos ovos de pinguins na Antártica. Crocodilos em um parque na África com altas concentrações, no músculo, de um pesticida já banido do mundo. O que tudo isso tem em comum? A segunda edição do Programa Coalizão UFPR pela Década dos Oceanos vai responder, trazendo a poluição e a contaminação como um problema urgente a ser enfrentado pela ciência, pelos gestores públicos e pela sociedade. A exibição será às 19h30 da próxima quarta-feira (7), no canal do YouTube da Coalizão.
A primeira edição do programa falou sobre a Década do Oceano, iniciativa global capitaneada pela Organização das Nações Unidas em busca da sustentabilidade. Dessa vez, a ideia é compartilhar, de forma clara e com evidências científicas, questões importantes para entender o delicado cenário ao qual a biodiversidade está exposta.
Participam do programa a professora Rosana Rocha, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação, e o professor Ciro Alberto de Oliveira Ribeiro, do Laboratório de Toxicologia Celular. Ambos são titulares do Setor de Ciências Biológicas. A apresentação é da bióloga e pesquisadora do Centro de Estudos do Mar, Camila Domit, que coordena o Laboratório de Ecologia e Conservação (LEC).
No bate-papo, os cientistas falam sobre os riscos de contaminantes como plásticos e metais, mas também trazem à tona novas facetas do problema, como a dos poluentes que se intensificam a partir das atividades urbana e industrial. Suas moléculas, segundo alertam os professores, têm efeitos nocivos que podem se estender a longo prazo nos organismos animais e humanos.
Os animais marinhos são os primeiros a enfrentarem o problema. Golfinhos, que estão no topo da cadeia, acumulam contaminantes ao longo da vida. Mas a forma como as moléculas se dispersam pelo Oceano faz com que cheguem a áreas remotas e sem atividade industrial, caso da Antártica. No programa, os pesquisadores fazem um alerta pela sustentabilidade e pelo apoio dos órgãos de fomento à pesquisa e gestores públicos.
Durante a exibição da segunda edição, os três cientistas estarão disponíveis para responderem dúvidas e interagirem com a audiência, numa relação direta entre ciência e sociedade. A ação evidencia o papel da divulgação científica como ferramenta essencial à mediação entre as instituições científicas e seus diferentes públicos.
O roteiro, produzido pelos próprios cientistas, teve pré-produção da jornalista Amanda Miranda. A direção e a transmissão são do jornalista André Filgueira. O programa, tal qual a primeira edição, será convertido em podcast e disponibilizado em diferentes plataformas.
A Coalizão
Os pesquisadores e as pesquisadoras da Universidade Federal do Paraná que estudam temas relacionados aos oceanos estão convidados a se unirem em torno de um objetivo: formar uma coalizão institucional para planejar ações relacionadas à Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, estipulada pela Organização das Nações Unidas para os anos de 2021 a 2030. O primeiro passo é preencher um formulário para que a rede seja mapeada e se estabeleça.
Esta etapa busca consolidar, na universidade, uma coalizão para aglutinar saberes em torno da proposta. “A Coalizão UFPR pela Década do Oceano surge para desenvolver ações em colaboração a esta importante iniciativa capitaneada pela UNESCO, e incluir a UFPR como protagonista regional e internacional”, registrou o boletim distribuído pela PRPPG aos seus programas de pós-graduação para anunciar a rede.
Divulgação científica para uma cultura oceânica
A Coalizão conta com o suporte da Superintendência da Comunicação e Marketing (SUCOM) nas ações de divulgação científica para possibilitar a formação de uma cultura oceânica, de respeito ao ambiente marinho, à zona costeira e à ciência produzida em busca de sustentabilidade. Jornalistas da unidade atuam na produção de vídeos, programas do Youtube, podcast e reportagens. Recentemente, também fizeram uma parceria com o site Mar Sem Fim, um dos mais importantes da área.
Por Amanda Miranda, da Sucom/UFPR