A turma 2022.1 do curso de Medicina da Universidade Federal do Paraná (UFPR) realizou, na última quarta, 15 de junho, uma homenagem à professora Maria Berenice Reynaud Steffens, que faleceu no ano passado em consequência da Covid-19.
Junto à sala que foi seu gabinete no Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular, agora há uma placa com foto da turma batizada com o nome da docente. Professores, técnicos, alunos, amigos e familiares acompanharam a homenagem e lembraram a dedicação e o carinho de Bere, como era carinhosamente conhecida, no trabalho aqui na UFPR.
O diretor do Setor de Ciências Biológicas, professor Thales Ricardo Cipriani, contou que conheceu a professora nos anos 1990, durante as aulas práticas de Bioquímica para Farmácia. Falou também sobre o envolvimento de Berenice em atividades administrativas, na representação em conselhos superiores e na coordenação da Pós-Graduação. A homenagem mostra como era forte a ligação entre ela e os alunos. “O Setor como um todo ficou comovido e alegre com essa homenagem que vocês fizeram para a nossa colega. É muito importante pois ninguém aqui vai esquecer da Bere e isso representa muito para nós, pois ilustra uma pessoa que se dedicou muito ao curso”.
O professor Rodrigo Vassoler Serrato, chefe do Departamento, contou que, quando os professores e técnicos souberam da homenagem, a reação foi de agradecimento. “Quem passar por aqui, com certeza saberá que aqui teve uma grande professora que se dedicou ao ensino, a pesquisa e a pós-graduação”. Serrato leu também a moção de louvor aprovada pelo Conselho Setorial em homenagem à professora (leia a íntegra aqui, a partir da página 3).
A estudante Vitória Bevervanso, da comissão de formatura, disse que pensar na homenagem à professora Berenice não foi uma decisão difícil, pois trata-se de “uma perda muito sentida por todos e acredito que tenha sido também para a universidade, amigos e familiares”. Ela lembrou também que nas aulas do início do curso, Berenice desmistificou o mundo da bioquímica, ajudando-os sem nunca ensinar pela rigidez e que os seus ensinamentos ficarão guardados. “Quando a gente escolhe carregar esse nome como nome de turma, a gente carrega um pouco de tudo o que ela foi para a gente(…), a gente sempre carrega esse carinho, a vontade de trabalhar pela ciência e transformar o mundo, nem que seja pelas aulas de Bioquímica no primeiro período para verem eles aqui depois muitos anos depois, a homenageando pela diferença que ela fez na nossa vida”.
As sobrinhas Ana Lina Santos Scholz e Bruna Eloisa Schoessel representaram a família da docente. Ana falou do orgulho que elas sentem com a homenagem recebida. “Ela tinha paixão em ser professora, sempre quis, tinha toda a vida dela voltada à bioquímica, desde quando veio fazer mestrado, a paixão dela era dar aula. Tenho certeza de que ela está muito orgulhosa, assim como nós, familiares, estamos muito felizes. Façam valer a pena, o quanto temos que nos dedicar para fazer o melhor”.
Por fim, o professor Emanuel Maltempi de Souza, falou sobre a amizade e as várias fases da profissão de Berenice as quais testemunhou, desde o projeto de mestrado até a docência e a pesquisa. “Durante a trajetória dela não tem outra palavra que não seja exemplar (…). De fato, para nós, para esse Departamento, ela é insubstituível. Por isso, fico feliz com a atitude de vocês”, declarou.
Texto: João Cubas
Fotos: Jully Ana Mendes (Aspec/SCB/UFPR)