Um grupo de alunos do curso de Medicina da UFPR apresentou de maneira criativa formas de identificar e memorizar o mapeamento do córtex cerebral. As maquetes construídas fazem parte de um trabalho da disciplina de Neuroanatomia, coordenada pela professora Djanira Aparecida da Luz Veronez.
Os alunos se organizaram em duplas e elaboraram as estruturas, de modo a aproximar as aulas da realidade que eles encontrarão na clínica médica. “A atividade possibilita a elaboração e a concretização do imaginário. O estudante lê o livro e imagina, mas quando ele monta uma maquete, se aproxima da visão tridimensional”, relata a professora.
Foram utilizados impressão 3D e materiais como gesso, tinta acrílica e verniz. O objetivo era representar os sulcos (reentrâncias que nas maquetes são demarcadas com cores diferentes) e os giros (que são as partes que ficam entre os sulcos).
A estudante Maria Lúcia Ferreira Rodrigues destaca a importância do trabalho em equipe: “A gente conseguiu visualizar onde estava cada giro ou sulco e fazer a indicação de outras estruturas que também estão no encéfalo. Ninguém ficou sobrecarregado, porque sozinho seria muito mais trabalhoso do que já foi”. “A gente conseguiu ver pela prova prática que conseguimos visualizar muito melhor as estruturas. Ficou bem mais fácil para saber as funções e a localização de cada uma delas”, completa o aluno Daniel de Godoy Andreis.
Conforme a aluna Flávia Kalinoski, as maquetes também são uma forma de complementar outros materiais já utilizados nas aulas em laboratório. Além da estrutura, Flávia e a colega Giovana de Freitas fotografaram a maquete em todas as faces, para ser acessada por dispositivos móveis. Para estudante Mariana Mainardes, que utilizou a técnica 3D com a colega Sara Gueiber, a atividade foi “a parte mais desestressante do curso. A gente está acostumada com muito conteúdo e isso ilustrou tudo que podemos usar para o nosso conhecimento. Foi bem divertido”.
Uma das exigências foi apresentar alguma relação com outra área do conhecimento. Eduardo Mesquita e Wilceia Silva apresentaram, além da maquete, uma descrição da mitologia egípcia, que, já naquela época, explicava as funções responsáveis de cada parte do órgão. “Através da mumificação, eles conseguiam ver toda a circulação arterial do cérebro e a partir daí entender que esse sistema é responsável pela vida”, explica Wilceia.
Djanira explica que as estruturas que compõem a Anatomia do cérebro servem de base para outros estudos e para a aplicação profissional. “Muitas neurocirurgias estão sendo feitas com o planejamento por meio de maquetes de impressão 3D dos ramos arteriais e venosos do encéfalo. Por isso, essa atividade é bem positiva para a formação dos estudantes”, conclui.
Confira todas as fotos das maquetes no link disponível aqui
Texto: João Cubas
Fotos: André Festa e Jully Ana Mendes
(Aspec/SCB/UFPR)