As estudantes da UFPR Ana Carolina e Ananda Neundorf carregam muitas coisas em comum além do sobrenome. As irmãs escolheram o mesmo curso de graduação – Ciências Biológicas -, hoje moram na Casa do Estudante e compartilham conteúdos entre si.
Porém, o processo de escolha pelo curso e das áreas de afinidade dentro da Biologia foram bem diferentes. Ananda, um ano mais velha que Carol, pretendia fazer jornalismo. Porém, uma professora substituta no Ensino Médio a inspirou, além de algumas memórias da infância, em que ficava no jardim da escola observando os bichos e plantas que por ali passavam.
A irmã mais nova estudou magistério no ensino médio. “Já sabia que queria das aulas de ciências, mas queria primeiramente fazer Pedagogia”, conta Ana Carolina. Ela foi aprovada no vestibular na PUC, mas preferiu esperar mais um ano e tentar a vaga na federal. Além disso, ouviu as experiências de Ananda, que já estava no curso, e se entusiasmou com a possibilidade de fazer Iniciação Científica.
Hoje, as duas trabalham em laboratório, mas com assuntos distintos. Ananda pesquisa metabolismo energético, bioquímica e biologia molecular de peixes antárticos e Carol faz taxonomia de insetos. Elas enxergam vantagens na troca de conhecimentos, uma vez que, neste ano, fizeram algumas disciplinas juntas. “Descobri que a Carol é a parceira perfeita para fazer trabalhos. Procurei a faculdade toda e no final das contas era a minha irmã”, revela Ananda. “Eu me esforço, consigo, mas é a Ananda quem tira boas notas, faz todas as coisas. Ela me ensina muito bem, é didática e tem umas pastas organizadas das matérias que já me ajudaram muito”, completa Ana Carolina.
O restante da família continua morando em Campo Largo. Ananda explica que, no início, a mãe ficou resistente com a mudança para a capital, mas viu que era a melhor solução. “Quando eu fui fazer vestibular, ela respeitou minha vontade e hoje tem orgulho”, resume a estudante.
Para o futuro, as irmãs concordam que a Biologia oferece muitas possibilidades, e que ainda não se decidiram por completo em que área irão se aprofundar. Ananda já fez um estágio em Manaus se anima com a possibilidade de fazer coletas na Antártida. “Como bióloga, me sinto privilegiada, mas existem outros caminhos que eu sempre quis fazer e ainda não tive oportunidade”, conta a aluna, que também dá aulas em um curso pré-vestibular aos finais de semana.
Já Carol, que começou o curso pela licenciatura, hoje quer permanecer nos estudos de entomologia. “Sabe quando seus olhos dizem ‘É isso que eu quero?’ Pretendo continuar com os insetos por enquanto”, revela a irmã mais nova, que recentemente participou um congresso sobre o estudo de formigas em Minas Gerais.
Ananda e Ana Carolina Neundorf. Foto – Juliana Barbosa – ASPEC
