O Laboratório de Neurofisiologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) está desenvolvendo uma pesquisa sobre a qualidade do sono de pessoas com mieloma múltiplo, tipo de câncer que afeta as células responsáveis pela produção de anticorpos na medula óssea. Pesquisadores buscam voluntários com ou sem a doença, para responder o formulário base do estudo, e a participação leva em torno de meia hora.
As perguntas são divididas em três seções: coleta de dados pessoais, questionário sobre a qualidade do sono no último mês (Índice da Qualidade de Sono de Pittsburgh – PSQI); e questionário sobre o nível de sonolência diurna do indivíduo (Escala de Sonolência de Epworth – ESE). Todos os dados são confidenciais e contribuirão para o desenvolvimento de uma plataforma multidimensional desenvolvida em conjunto por vários departamentos do Setor de Ciências Biológicas. A proposta inédita deve identificar, diagnosticar e rastrear indicadores biológicos da doença. O formulário é online e pode ser acessado pelo link.
O mieloma múltiplo é uma doença rara, mas com alta letalidade, que geralmente acomete pessoas com mais de 60 anos, explica o professor Marcelo de Meira Santos Lima, vice-diretor do Setor de Ciências Biológicas e coordenador Laboratório de Neurofisiologia da UFPR. Estudar os padrões de sono em pessoas com essa condição pode revelar características valiosas para o diagnóstico, como ocorre na Doença de Parkinson, em que os distúrbios do sono frequentemente integram o quadro clínico.
“Quando olhamos o mieloma múltiplo, por ser uma doença rara, há ainda menos evidências de como está afetada a qualidade de sono dos pacientes, muito menos o quanto isso pode impactar negativamente na saúde geral desses pacientes. Portanto, nos parece muito importante fazer essa investigação”, acrescenta.
A pesquisa tem o apoio da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), agência vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, que oferece suporte a projetos de ampla relevância científica.
