Você sabia que já foi proibido jogar futebol no Brasil? Aham, entre as mulheres. Durante 40 anos, elas não podiam entrar em campo, e o argumento para essa norma era tão absurdo quanto a lei em si: defendia-se à época que a modalidade poderia comprometer as funções naturais femininas, como a de gerar um filho. O assunto foi discutido esta semana no evento “Saúde da Criança por meio dos Esportes”, promovido pelo Departamento de Educação Física. Nesta edição, a gente traz essas e outras novidades do Setor de Ciências Biológicas da UFPR.
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“O futebol é um esporte violento capaz de alterar o equilíbrio endócrino da mulher”. Parece mentira, mas essa frase foi tirada de um artigo de jornal e escrita por um médico, em 1940. Outro incomodado da época era José Fuzueira, cidadão pouco conhecido, que publicou uma carta aberta ao presidente Getúlio Vargas chamando o futebol feminino de “disparate esportivo” e pedindo sua proibição.
O alarde veio em meio a uma série de avanços. Aquele foi o ano da primeira grande competição de futebol feminino no Brasil, e o evento incomodou tanto os conservadores, que, em 1941, foi lançada uma lei nacional proibindo mulheres de praticar “desportos incompatíveis com as condições de sua natureza”. Não, você não leu errado: foram essas as palavras que autoridades usaram. Com o Golpe Militar de 1964, a proibição seguiu, perdurando até 1979.
Se por um lado, mulher em campo era assunto de polícia, por outro, as mulheres nunca deixaram de jogar. Quem contou isso foi Silvana Vilodre Goellner, durante uma palestra na UFPR, semana passada. Coordenadora do Centro de Memória do Esporte, da UFRGS, a pesquisadora participou do evento “Saúde da Criança por meio dos Esportes”, promovido pelo Departamento de Educação Física da UFPR, em parceria com a Western Norway University of Applied Sciences, da Noruega.
Em suas pesquisas, Goellner ouviu mais de 80 jogadoras de futebol e as histórias de resistência vividas por elas ao longo de décadas de proibição. Durante sua fala, a especialista reforçou que, embora jogar futebol não seja mais proibido, ainda há muito a ser superado dentro e fora dos estádios, a começar pela formulação de políticas públicas focadas no eixo gênero-esporte e a ampliação de treinadoras e jornalistas esportivas.
É pensando nesse caminho em aberto que o Departamento de Educação Física promove (além de eventos como este) o FutDelas, coordenado pelos professores Gleber Pereira e Paulo Cesar Barauce Bento. O projeto oferece treinamento gratuito de futebol para meninas entre 10 e 14 anos, com o objetivo de ampliar horizontes dessas alunas, quebrar preconceitos e promover a saúde infantil e a inclusão social. Aqui, você conhece mais sobre a proposta. Confira e ajude a gente a compartilhar!
Falando em futebol, hoje você vai conhecer o Rauce Marçal Silva, fisioterapeuta da UFPR que é apaixonado por esportes, especialmente os paraolímpicos. Essa aproximação começou quando o pai operou o joelho e precisou fazer fisioterapia. Ao acompanhar o trabalho do profissional, se encantou com o universo da atividade física e anos depois se formou fisioterapeuta pela PUC Campinas.
Além de trabalhar no setor de Ciências Biológicas da UFPR, Marçal atua como classificador funcional de rugby em provas paraolímpicas, sendo responsável por separar os atletas de acordo com o tipo e o grau de deficiência. Aqui, você conhece mais da história dele.
E olha só quem acabou de chegar!
Angelica Miki Stein, Professora substituta do Departamento de Educação Física
Anna Maria Siebe, Docente do Departamento de Farmacologia
Quelen Iane Garle, Docente do Departamento de Farmacologia
Diego Nunes Barbosa, Professor substituto do Departamento de Zoologia
Maria Rosa Dmengeon Pedreiro de Souza, Professora Substituta do Departamento de Biologia Celular
Muito bem-vindas e bem-vindos!
XXXIII Semana Acadêmica do curso de Ciências Biológicas
De 18 a 23 de setembro
Inscrições pelo link
VI Seminário de Acolhimento e Prevenção em Saúde Mental do UFPR ConVida
21 de setembro, das 8h30 às 12h30
Inscrições por aqui
Inscrições para o doutorado em Ecologia e Conservação UFPR
De 2 de agosto a 2 de setembro
Mais informações aqui
Conteúdos que você precisa ler:
Por hoje é só!
Até a próxima! ❤
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